quarta-feira, 27 de junho de 2012

Colênquima


1. Introdução
O colênquima é um tecido formado de células vivas, relativamente alongadas, de paredes primárias celulósicas, espessadas (Fig. 1), relacionado com a sustentação de regiões jovens, em crescimento, no corpo do vegetal. O tecido origina-se, principalmente, do meristema fundamental.
Figura 1 - Esquemas e fotos comparando a parede das células parenquimáticas e colenquimáticas (www.ualr.edu/~botany/planttissues.html).
É um tecido semelhante ao parênquima, ambos apresentam protoplasto vivo, podem possuir cloroplastos e até mesmo reassumir características meristemáticas, voltando a apresentar divisões celulares. A diferença entre estes dois tecidos está, principalmente, no fato do colênquima, geralmente, apresentar suas células mais alongadas e com paredes mais espessas que as células do parênquima (Fig. 1).
2. Característica e Função
A estrutura da parede celular é a principal característica do colênquima . As paredes são primárias, celulósicas com pontoações primordiais e, geralmente, o espessamento das paredes é irregular (Fig. 1). Essas paredes apresentam grandes quantidades de substâncias pécticas, que são altamente hidrofílicas. Assim, as paredes das células do colênquima retêm uma grande quantidade de água (60% do seu peso), o que as tornam extremamente plásticas, capazes de acompanhar o crescimento das células.
O colênquima é um tecido adaptado para a sustentação de regiões jovens do vegetal em intenso crescimento. O espessamento das paredes de suas células inicia-se bem cedo, antes mesmo da célula completar o seu crescimento, mas a plasticidade destas paredes, possibilita o crescimento do órgão, até que este atinja a sua maturidade. O grau de espessamento da parede parece estar relacionado com as necessidades do vegetal. Por exemplo, em plantas sujeitas à ação de ventos fortes, o espessamento das paredes do colênquima inicia-se precocemente e é maior, do que aquele observado em plantas que crescem sob condições mais amenas.
O colênquima maduro é um tecido forte e flexível, formado por células alongadas reunidas em feixes. Por outro lado, nas regiões periféricas de órgãos jovens que são fotossintetizantes o colênquima pode ser clorofilado. Como essas regiões jovens são tenras e portanto, mais facilmente atacadas pela herbivoria, a cicatrização e regeneração celular pode ser conseguida, devido à capacidade do colênquima de reassumir a atividade meristemática, voltando a apresentar divisões celulares, promovendo assim a cicatrização das regiões lesadas.
3. TIPOS DE COLÊNQUIMA
De acordo com a distribuição do espessamento nas paredes celulares, observado em secções transversais do tecido, podemos reconhecer quatro tipos de colênquima:
3.1 Colênquima angular - quando as paredes são mais espessas nos pontos de encontro entre três ou mais células (Fig. 2), como por exemplo no pecíolo de Begonia (begônia), caule deFicus (figueira), de Coleus e de Curcubita (aboboreira);
3.2 Colênquima lamelar - as células mostram um maior espessamento nas paredes tangenciais interna e externa (Fig. 3), como o visto no caule jovem de Sambucus (sabugueiro);
Figura 2- Colênquima angular (www.biologia.edu.ar/botanica)
Figura 3- Colênquima lamelar de (www.biologia.edu.ar/botanica).
3.3 Colênquima lacunar - quando o tecido apresenta espaços intercelulares e os espessamentos de parede primária ocorrem nas paredes celulares que limitam estes espaços. Este tipo de colênquima pode ser encontrado no pecíolo de Salvia, raiz de Monstera, caule de Asclepia (erva-de-rato) e de Lactuca (alface).
3.4. Colênquima anelar ou anular – quando as paredes celulares apresentam um espessamento mais uniforme, ficando o lume celular circular em secção transversal.
4. Topografia
Por ser um tecido de sustentação de regiões em crescimento, ocorre em órgãos jovens e apresenta a posição periférica característica, localizando-se logo abaixo da epiderme ou poucas camadas abaixo dela.
No caule pode aparecer como um cilindro contínuo, como em de Sambucus (Fig. 4C) ou em cordões individuais, geralmente nas arestas do órgão, como em Curcubita (Fig. 4F) e em Mentha(Fig. 4E).
Nas folhas ocorre no pecíolo (Fig. 4A), na nervura central (Fig. 4B) ou na margem do limbo.
Figura 4 - Topografia do Colênquima, representado pelas linhas cruzadas, em vários órgãos da planta. FAHN, A. (1978)Anatomia Vegetal.
A polpa de frutos quando são maciços e comestíveis geralmente são colenquimatosas. Raízes terrestres raramente formam colênquima, uma exceção pode ser encontrada nas raízes de videiras (Vitis vinifera).
A medida que as células colenquimatosas envelhecem, o padrão de espessamento pode ser alterado e de um modo geral o lume celular aparece redondo, por deposição de camadas adicionais na parede celular. Em regiões mais velhas da planta, o colênquima pode até se transformar em esclerênquima pela deposição de paredes secundárias lignificadas.

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